CEOs transantes, anfitriões esquisitos e androides soltinhos
Análises rápidas de Babygirl, Não Fale o Mal e Murderbot, além do lançamento de um podcast sobre ecologia e negócios
O QUE VI
Babygirl – Em algumas reportagens que li na época do lançamento no cinema, falavam do filme protagonizado por Nicole Kidman como uma espécie de Nove Semanas e Meia de Amor dos novos tempos. Sei não. Não achei a coisa assim tão erótica, ao conferir na Amazon Prime Video. Mas pode ser porque na minha idade a gente já não se impacta com nada que não seja explícito. Cenas de filmes com Kim Bassinger, Sharon Stone e outras beldades do passado talvez só me impressionassem porque eu era muito novinho, sei lá. A questão é que gostei sim de Babygirl, mas não pela bocas, bustos e bundas. O que me pegou foi a dinâmica do casal de amantes, com uma CEO poderosa brincando de ser pet de um jovem safadão. A questão do poder indo de um lado para o outro entre os parceiros, no trabalho e na cama, foi o diferencial pra mim. A historinha é boa, o elenco cativa e ainda tem softporn para quem está a fim. E pode até levantar umas dúvidas sobre seu relacionamento. Assisti com minha esposa e ao final perguntei se tínhamos algo a ser conversado. Só demos umas risadas (as minhas foram de alívio por não ter que comprar coleiras e chicotinhos). Indico para os fãs do gênero.
Não Fale o Mal – Esse eu quase fui ver no cinema, por ter gostado do trailer. Mas não sei se gostaria tanto, e do próprio filme, não fosse a presença de James McAvoy, de quem sou fã. Tá certo que a maior parte dos filmes que vi com ele tinham pegada nerd (principalmente os da franquia dos X-Men), mas vai dizer que o cara não impressiona em Fragmentado? Aqui nesse suspense/terror, ele vai na mesma linha vilanesca, mas com mais nuances, vivendo um cara que convence uma família em crise, que conheceu em uma viagem à Itália, a visitar sua casa no interior da Inglaterra. A gente sabe o tempo todo que há algo de errado com ele, mas o tamanho do problema só é revelado perto do fim. Curti porque não conseguir acertar o número de vítimas fatais no desfecho.
Diários de um Robô Assassino – Este é o título nacional para Murderbot, nova série da Apple TV+, baseado nos livros de Martha Wells sobre um robô que hackeia sua programação e fica livre para fazer o que quiser. Ele encara os humanos de forma bem dúbia, nos achando patéticos, mas curtindo nossas obras. A dúvida é se um dia ele vai sucumbir à vontade de eliminar as pessoas com quem está convivendo. No caso, um grupo de cientistas esquisitos em um planeta distante. Pode parecer terror, mas a pegada é de comédia, com o bonitão Alexander Skarsgard muito bem no papel do sarcástico androide de comportamento autista (muitos autistas e familiares de quem está no espectro dizem identificar claramente sinais do transtorno no personagem). Vi de uma só vez, com a esposa, os dois episódios lançados na semana passada. Curtimos paca, indico muito.
Em Breve:
O Eternauta – Já era para eu ter terminado, mas a esposa precisou viajar e estou esperando para matar os dois últimos episódios e bater o martelo. Mas fico feliz por estar vendo a repercussão positiva e a confirmação de uma segunda temporada pela Netflix.
O Ensaio – Meu filho, cheio de compromissos na faculdade, me enrolou para começar a ver comigo a segunda temporada, lançada mês passado pela HBO. Decidi assistir sozinho, então. Vi dois episódios, estou curtindo, mas prefiro ver mais antes de um veredito. Desde já fica o respeito pela ousadia de fazer comédia com um assunto cabuloso como acidentes aéreos.
O QUE OUVI
Carbono Zero – Estreou na semana passada o podcast sobre ecologia do site jornalístico Reset, que cobre a “transformação do capitalismo”. O programa é apresentado por Sérgio Teixeira Jr, que sempre dá as caras no podcast Economia do Futuro, da Melina Costa, que ouço sempre. No veículo próprio, Sérgio se propõe a explicar a cada edição qual o problema de diferentes setores e o que pode ser feito para adequá-los a um mundo que precisa lidar com as mudanças climática. No primeiro programa, sobre a pecuária, aprendi que o gado brasileiro é mais propenso a espalhar gás metano por aí por causa de sua alimentação típica. Já dei “seguir” no spotify.
obrigado a quem leu a edição de curadoria até aqui. espero que as dicas sejam úteis para quem vai passar uma parte do fim de semana em casa. eu tradicionalmente deixo aqui o link para o texto da semana passada, que sempre é autoral. Mas não tenho nada de especial pra falar dele, pois não quebrou marca nenhuma de likes nem de leitura. De qualquer forma, só de não ter dado reclamação, fiquei feliz. Minha esposa era contra eu falar no assunto, com medo de eu parecer elitista. Só que leu, se surpreendeu e me parabenizou por não ter me comprometido. Não tá fácil desabafar hoje em dia mesmo. Taí o link se você não conferiu. Até semana que vem, caríssimos leitores.
Tenho uma certa preguiça com esses filmes tipo nove tons de cinza e meio de soft porn. Certamente meu eu adolescente, pausando as cenas no VHS, nunca se reconheceria na frase anterior (no que nos tornamos?!?) mas, como você disse, isso já não dá barato nos 50's. Legal saber que tem qualidades, mas acho pouco provável que eu vá conferir, ao menos por iniciativa minha. Já essa história aí do androide me interessou bastante.
O terceiro episódio de "o ensaio" vai mudar sua vida pra sempre.